sábado, 11 de junho de 2011
Ecovila São Paulo - AU 2007
Será que não somos capazes de conquistar uma alta qualidade de vida na cidade sem destruir o planeta? A essa pergunta o arquiteto paulista Marcelo Todescan tenta responder com o projeto da Ecovila São Paulo, desenvolvido por ele no escritório TES Arquitetura.
Veja mais Reportagem sobre a ECOVILA SÃO PAULO na pg. 24 e 25!
Fonte: Arquitetura & Urbanismo
Data: 21/09/07
Veja mais Reportagem sobre a ECOVILA SÃO PAULO na pg. 24 e 25!
Fonte: Arquitetura & Urbanismo
Data: 21/09/07
Bioconstrução - construtoramestra
Bioconstrução
Dupla de arquitetos mostra como a bioconstrução vai além da preservação socioambiental e prova, ainda, como a prática é um investimento bastante lucrativo.
O projeto: Conscientizar famílias sobre o uso da biocontrução.
O propósito: Provar que não é preciso ser ativista de algum grupo ambientalista para agir em favor da natureza e que é possível erguer uma casa confortável, prática, saudável e ecologicamente correta.
Esses são os desafios da dupla de arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano, diretores da Todescan Siciliano Arquitetura. Com o intuito de conscientizar moradores de grandes metrópoles, os dois arquitetos desenvolveram um projeto utilizando a técnica japonesa "Tsuchi Kabe", usada na construção de templos budistas, casas de luxo e edificações no estilo tradicional. "Usamos a técnica japonesa por sua tradição milenar e por ser uma solução socioambiental", afirma Marcelo Todescan. De acordo com os arquitetos, essa é uma técnica simples e fácil de fazer, pois utiliza matérias-primas naturais, como pedras nos alicerces, paredes leves e finas, de estrutura em madeira reciclada, bambu, terra e argila. Eles explicam ainda que obras bioconstrutivas fazem bem à saúde. "Casas com paredes de barro controlam a umidade e a temperatura interna da residência é muito melhor do que a de alvenaria convencional".
Mostrar que qualquer pessoa pode construir ou reformar adotando técnicas alicerçadas na bioconstrução não é difícil. O mais complicado talvez seja convencer o futuro morador a colocar a "mão na massa". "Amassar barro para erguer as paredes da casa dá a verdadeira importância de fazer parte, de interagir com o meio ambiente e dar referência ao que é nosso", ressalta Andréa Palma, proprietária de uma casa ecológica.
Segundo os arquitetos, a técnica da bioconstrução é uma forma conceitual que vai além da manifestação arquitetônica, que possibilita a elevação da auto-estima do morador e o torna ativo, já que este participa de todo o processo construtivo. "O fato de criarmos alternativas viáveis para a construção e manutenção de comunidades sustentáveis garante qualidade de vida as futuras gerações", conta Frank Siciliano.
Segundo a dupla, as pessoas podem optar por construções inteiras ou reformas parciais. "Construir um prédio de pau-a-pique e barro é complicado, porém nada impede usar esse material natural nas paredes internas dos apartamentos". Além disso, há outros materiais que podem substituir os convencionais, como móveis feitos de madeiras recicladas, lâmpadas mais eficientes para consumir menos, aquecedor no lugar do chuveiro elétrico, entre outros. "Em nossos projetos tudo gira em torno do consumo consciente", afirmam.
Marcelo Todescan e Frank Siciliano explicam que o projeto bioconstrutivo não é tão caro como se pensa, já que é possível adequar a residência a projetos como captação e reuso de água, tratamento de esgoto, captação de energia solar e utilização de matérias-primas da região. "A possibilidade de integrar as necessidades de conforto e qualidade de vida a uma forma ética e sustentável de viver é a grande sacada deste segmento", conclui os arquitetos da Todescan Siciliano Arquitetura, Marcelo Todescan e Frank Siciliano.
"Creio que valores monetários não são tão importantes. Afinal, técnicas ecologicamente corretas e que estimulam a integração social, reforçando os relacionamentos com vizinhos, amigos e familiares não tem preço. Construir nossa casa é como construir um templo, pois estamos criando um espaço sagrado no qual vamos passar grande parte de nossas vidas", revela Enjo, monge budista responsável pela celebração do ritual "Tsuchi Kabe".
Os arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano são os profissionais responsáveis pela nova roupagem da rede McDonald's na América Latina, rede de Hospitais Vita, nova sede do Instituto Bacarelli e estão frente do projeto de sustentabilidade Gaia Education no Brasil, que visa multiplicar o conceito sustentável. Além dos projetos corporativos, a dupla é especialista em projetos residenciais que utilizam à técnica da bioconstrução.
Autor: Fabiana Borja
Fonte: Agência Maxpressnet
Dupla de arquitetos mostra como a bioconstrução vai além da preservação socioambiental e prova, ainda, como a prática é um investimento bastante lucrativo.
O projeto: Conscientizar famílias sobre o uso da biocontrução.
O propósito: Provar que não é preciso ser ativista de algum grupo ambientalista para agir em favor da natureza e que é possível erguer uma casa confortável, prática, saudável e ecologicamente correta.
Esses são os desafios da dupla de arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano, diretores da Todescan Siciliano Arquitetura. Com o intuito de conscientizar moradores de grandes metrópoles, os dois arquitetos desenvolveram um projeto utilizando a técnica japonesa "Tsuchi Kabe", usada na construção de templos budistas, casas de luxo e edificações no estilo tradicional. "Usamos a técnica japonesa por sua tradição milenar e por ser uma solução socioambiental", afirma Marcelo Todescan. De acordo com os arquitetos, essa é uma técnica simples e fácil de fazer, pois utiliza matérias-primas naturais, como pedras nos alicerces, paredes leves e finas, de estrutura em madeira reciclada, bambu, terra e argila. Eles explicam ainda que obras bioconstrutivas fazem bem à saúde. "Casas com paredes de barro controlam a umidade e a temperatura interna da residência é muito melhor do que a de alvenaria convencional".
Mostrar que qualquer pessoa pode construir ou reformar adotando técnicas alicerçadas na bioconstrução não é difícil. O mais complicado talvez seja convencer o futuro morador a colocar a "mão na massa". "Amassar barro para erguer as paredes da casa dá a verdadeira importância de fazer parte, de interagir com o meio ambiente e dar referência ao que é nosso", ressalta Andréa Palma, proprietária de uma casa ecológica.
Segundo os arquitetos, a técnica da bioconstrução é uma forma conceitual que vai além da manifestação arquitetônica, que possibilita a elevação da auto-estima do morador e o torna ativo, já que este participa de todo o processo construtivo. "O fato de criarmos alternativas viáveis para a construção e manutenção de comunidades sustentáveis garante qualidade de vida as futuras gerações", conta Frank Siciliano.
Segundo a dupla, as pessoas podem optar por construções inteiras ou reformas parciais. "Construir um prédio de pau-a-pique e barro é complicado, porém nada impede usar esse material natural nas paredes internas dos apartamentos". Além disso, há outros materiais que podem substituir os convencionais, como móveis feitos de madeiras recicladas, lâmpadas mais eficientes para consumir menos, aquecedor no lugar do chuveiro elétrico, entre outros. "Em nossos projetos tudo gira em torno do consumo consciente", afirmam.
Marcelo Todescan e Frank Siciliano explicam que o projeto bioconstrutivo não é tão caro como se pensa, já que é possível adequar a residência a projetos como captação e reuso de água, tratamento de esgoto, captação de energia solar e utilização de matérias-primas da região. "A possibilidade de integrar as necessidades de conforto e qualidade de vida a uma forma ética e sustentável de viver é a grande sacada deste segmento", conclui os arquitetos da Todescan Siciliano Arquitetura, Marcelo Todescan e Frank Siciliano.
"Creio que valores monetários não são tão importantes. Afinal, técnicas ecologicamente corretas e que estimulam a integração social, reforçando os relacionamentos com vizinhos, amigos e familiares não tem preço. Construir nossa casa é como construir um templo, pois estamos criando um espaço sagrado no qual vamos passar grande parte de nossas vidas", revela Enjo, monge budista responsável pela celebração do ritual "Tsuchi Kabe".
Os arquitetos Marcelo Todescan e Frank Siciliano são os profissionais responsáveis pela nova roupagem da rede McDonald's na América Latina, rede de Hospitais Vita, nova sede do Instituto Bacarelli e estão frente do projeto de sustentabilidade Gaia Education no Brasil, que visa multiplicar o conceito sustentável. Além dos projetos corporativos, a dupla é especialista em projetos residenciais que utilizam à técnica da bioconstrução.
Autor: Fabiana Borja
Fonte: Agência Maxpressnet
Arquitetura Sustentável
Arquitetura Sustentável
Posted by: Renato Santana In: Programa
Na última segunda-feira, dia 31 de maio, o Sustentáculos falou sobre o tema “arquitetura”, mostrando como simples e práticas soluções arquitetônicas podem representar ações eficientes na busca pela sustentabilidade. Para exemplificar tudo isso, o programa viajou para São Paulo e para o Espírito Santo à procura de construções verdes.
Caio Braz, o mais irreverente (e irreversível) dos nossos três apresentadores, conheceu o NEP – Núcleo Educacional Piaget. Concebido como um centro de educação ambiental, a escola não apenas se preocupa em ensinar as disciplinas tradicionais de um currículo escolar, como Português e Matemática, mas também procura estimular o ensino dos temas ambientais, relacionando-os sempre com a realidade dos alunos. Para tornar o processo de aprendizado mais eficaz, toda a construção do colégio foi pensada de maneira sustentável. Um bom exemplo disso é o sistema de captação de água da chuva, que fica sempre visível às crianças para que elas melhor compreendam a importância desse tão importante recurso natural.
Aproveitando sua passagem pelo sudeste brasileiro, o Caio resolveu sair do Espírito Santo e dar um pulinho em São Paulo para saber um pouco mais sobre a Passarela Verde. Em companhia do arquiteto Marcelo Todescan, ele foi descobrir o que uma enorme passarela feita de bambu, pneus usados e tubos de pasta de dente está fazendo numa das mais movimentadas avenidas da capital paulista. Será que verde e cidade grande combinam?
A resposta é sim, e quem comprova é a Marina Thomé, que foi até a zona oeste da cidade, no bairro do Jardim Europa, visitar a casa da Regina. Quem vê assim de fora, acha que é apenas mais uma residência comum, como tantas outras. Porém, um olhar mais atento percebe que a casa da Regina é sustentável até o teto. As paredes são pintadas com tinta natural, feita à base de terra; o chão é feito com material de demolição que serial jogado fora; há um sistema de captação de água da chuva e outro de energia solar; sem contar o harmonioso minhocário, que ajuda na redução dos resíduos gerados pela moradia.
E como se tudo isso não bastasse, a Marina ainda foi visitar uma loja de materiais de construção civil para mostrar como a sustentabilidade também pode estar presente na hora de se comprar certos materiais para a nossa casa. Graças aos conselhos do arquiteto Franciso Lima, ela pôde entender, por exemplo, como funciona um sistema de captação de água da chuva. Para que
Posted by: Renato Santana In: Programa
Na última segunda-feira, dia 31 de maio, o Sustentáculos falou sobre o tema “arquitetura”, mostrando como simples e práticas soluções arquitetônicas podem representar ações eficientes na busca pela sustentabilidade. Para exemplificar tudo isso, o programa viajou para São Paulo e para o Espírito Santo à procura de construções verdes.
Caio Braz, o mais irreverente (e irreversível) dos nossos três apresentadores, conheceu o NEP – Núcleo Educacional Piaget. Concebido como um centro de educação ambiental, a escola não apenas se preocupa em ensinar as disciplinas tradicionais de um currículo escolar, como Português e Matemática, mas também procura estimular o ensino dos temas ambientais, relacionando-os sempre com a realidade dos alunos. Para tornar o processo de aprendizado mais eficaz, toda a construção do colégio foi pensada de maneira sustentável. Um bom exemplo disso é o sistema de captação de água da chuva, que fica sempre visível às crianças para que elas melhor compreendam a importância desse tão importante recurso natural.
Aproveitando sua passagem pelo sudeste brasileiro, o Caio resolveu sair do Espírito Santo e dar um pulinho em São Paulo para saber um pouco mais sobre a Passarela Verde. Em companhia do arquiteto Marcelo Todescan, ele foi descobrir o que uma enorme passarela feita de bambu, pneus usados e tubos de pasta de dente está fazendo numa das mais movimentadas avenidas da capital paulista. Será que verde e cidade grande combinam?
A resposta é sim, e quem comprova é a Marina Thomé, que foi até a zona oeste da cidade, no bairro do Jardim Europa, visitar a casa da Regina. Quem vê assim de fora, acha que é apenas mais uma residência comum, como tantas outras. Porém, um olhar mais atento percebe que a casa da Regina é sustentável até o teto. As paredes são pintadas com tinta natural, feita à base de terra; o chão é feito com material de demolição que serial jogado fora; há um sistema de captação de água da chuva e outro de energia solar; sem contar o harmonioso minhocário, que ajuda na redução dos resíduos gerados pela moradia.
E como se tudo isso não bastasse, a Marina ainda foi visitar uma loja de materiais de construção civil para mostrar como a sustentabilidade também pode estar presente na hora de se comprar certos materiais para a nossa casa. Graças aos conselhos do arquiteto Franciso Lima, ela pôde entender, por exemplo, como funciona um sistema de captação de água da chuva. Para que
quinta-feira, 26 de março de 2009
Construções sustentáveis: Conceitos
“Utilizar os recursos disponíveis no presente sem esgotá-los e comprometer o meio ambiente das gerações futuras”
(Relatório Bruntland – 1987)
Em 1987, com o relatório Brundtland (O Nosso futuro comum) foi concebido o conceito de desenvolvimento sustentável, abrindo assim espaço para uma nova ramificação na arquitetura, que prega uma interação do homem com o meio, utilizando os elementos e recursos naturais disponíveis, preservando o planeta para as gerações futuras, baseado nas soluções socialmente justas, economicamente viáveis e ecologicamente corretas.
Algumas diretrizes a considerar para uma construção sustentável.
* Pensar em longo prazo o planejamento da obra
* Eficiência energética
* Uso adequado da água e reaproveitamento
* Uso de técnicas passivas das condições e dos recursos naturais
* Uso de materiais e técnicas ambientalmente corretas
* Gestão dos resíduos sólidos. Reciclar, reutilizar e reduzir
* Conforto e qualidade interna dos ambientes
* Permeabilidade do solo
* Integrar transporte de massa e ou alternativos ao contexto do projeto.
Existe muita discussão a cerca dos conceitos da construção sustentável. Primeiro que não é certo afirmar simplesmente que uma obra é ou não sustentável. A caracterização da sustentabilidade de uma construção vem do processo na qual esta foi projetada, executada e na somatória das técnicas usadas em relação ao entorno e lugar. Assim, é possível afirmar comparando com outro projeto que uma construção é mais sustentável que a outra.
Pensar em um edifício isolado não faz sentido quando tratamos de questões ambientais como a sustentabilidade dos espaços construídos pelo homem. Por ser sistêmica, a construção para ser sustentável deve ser elaborada em um contexto, o externo é tão importante quanto o que ocorre nas dependências internas. Por isso, a comparação é a melhor forma de avaliar uma construção sustentável, a obra nunca está sozinha.
Se um edifício cumprir todos os pré-requisitos técnicos, respeitar todas as normas éticas ambientais, apenas usar materiais adequados e mesmo assim se fechar para dentro, não condizendo com as necessidades do entorno, não se relacionando com o lugar na qual está inserida, abstrair as outras construções e pessoas que convivem próximo, não estará sendo sustentável.
Pode parecer complicado mas, não existe nenhuma obrigatoriedade de se cumprir todos os requisitos técnicos para uma construção ser sustentável. Caso contrário, as casas seriam todas iguais. Na verdade, as diretrizes são uma forma de orientar aqueles que pretendem construir de uma forma ambientalmente mais responsável.
Uma obra sustentável leva em conta o processo na qual o projeto é concebido, quem vai usar os ambientes, quanto tempo terá sua vida útil e se, depois desse tempo todo, ela poderá servir para outros propósitos ou não. Tudo o que diz respeito aos materiais empregados nela devem levar em conta a necessidade, o desperdício, a energia gasta no processo até ser implantado na construção e, depois, se esses materiais podem ser reaproveitados.
A auto-suficiência da edificação deve ser levada em consideração. Muitas vezes, alguma parcela da energia pode ser gerada no próprio lugar e a água pode ser reaproveitada, fazendo com que no longo prazo se obtenha uma economia considerável nas contas de luz e água. Geralmente a energia externa produz gases de efeito estufa em algum momento de sua produção. Em um contexto mais amplo, proporcionar a sua própria energia faz com que o edifício colabore com a redução destes gases.
Uma arquitetura sustentável deve, fundamentalmente, levar em conta o espaço na qual será implantada. Os aspectos naturais são de extrema importância para se projetar com estes fins. Se respeitadas, as condições geográficas, meteorológicas, topográficas, aliadas às questões sociais, econômicas e culturais do lugar é que definirão o quão sustentável a construção será.
Assim, algumas soluções aplicadas a uma construção no campo podem não ser sustentáveis em outra na cidade e vice versa. Por exemplo, na primeira hipótese pode se pensar em utilizar materiais do lugar (madeira, pedra, terra etc...), pois pode ficar muito caro optar por peças industrializadas, além dos impactos ambientais diretos e indiretos.
O Brasil com o tamanho continental engloba uma série de panoramas climáticos diferentes. Uma construção sustentável deve respeitar e aproveitar o clima na qual está inserida.
Abaixo algumas características que uma residência pode aproveitar de acordo com clima correspondente.
Obviamente como foi dito antes, os esquemas apresentados são somente algumas das inúmeras possibilidades de como uma casa pode ser. A forma, as técnicas e materiais podem e devem ser combinados da melhor maneira que convier; mais uma vez, uma construção sustentável não tem receita pronta, apenas diretrizes a serem levadas em consideração na hora de projetar.
A permeabilidade do solo deve ser um aspecto significante em um projeto sustentável. Proporcionar espaços livres, vegetados e permeáveis faz com que os ambientes que circundam o edifício sejam mais frescos, criando microclimas que aproximam a vida natural do edifício e dão vazão à água que se acumula no chão deixando os espaços mais salubres.
Pensando no transporte
O modelo de transporte na maioria das cidades está se tornando insustentável. Privilegiar o automóvel como forma prioritária desse sistema pode ter sido uma solução no passado, porém hoje, esta alternativa deve ser revista. As construções sustentáveis devem proporcionar uma integração com o sistema viário que auxilie cada vez, novas formas de chegar e sair dos edifícios. As construções sustentáveis devem ter em seu projeto uma integração que influencie cada vez mais as cidades, tomar como prioridade o uso adequado de transportes de massa e ou alternativos.
(Relatório Bruntland – 1987)
Em 1987, com o relatório Brundtland (O Nosso futuro comum) foi concebido o conceito de desenvolvimento sustentável, abrindo assim espaço para uma nova ramificação na arquitetura, que prega uma interação do homem com o meio, utilizando os elementos e recursos naturais disponíveis, preservando o planeta para as gerações futuras, baseado nas soluções socialmente justas, economicamente viáveis e ecologicamente corretas.
Algumas diretrizes a considerar para uma construção sustentável.
* Pensar em longo prazo o planejamento da obra
* Eficiência energética
* Uso adequado da água e reaproveitamento
* Uso de técnicas passivas das condições e dos recursos naturais
* Uso de materiais e técnicas ambientalmente corretas
* Gestão dos resíduos sólidos. Reciclar, reutilizar e reduzir
* Conforto e qualidade interna dos ambientes
* Permeabilidade do solo
* Integrar transporte de massa e ou alternativos ao contexto do projeto.
Existe muita discussão a cerca dos conceitos da construção sustentável. Primeiro que não é certo afirmar simplesmente que uma obra é ou não sustentável. A caracterização da sustentabilidade de uma construção vem do processo na qual esta foi projetada, executada e na somatória das técnicas usadas em relação ao entorno e lugar. Assim, é possível afirmar comparando com outro projeto que uma construção é mais sustentável que a outra.
Pensar em um edifício isolado não faz sentido quando tratamos de questões ambientais como a sustentabilidade dos espaços construídos pelo homem. Por ser sistêmica, a construção para ser sustentável deve ser elaborada em um contexto, o externo é tão importante quanto o que ocorre nas dependências internas. Por isso, a comparação é a melhor forma de avaliar uma construção sustentável, a obra nunca está sozinha.
Se um edifício cumprir todos os pré-requisitos técnicos, respeitar todas as normas éticas ambientais, apenas usar materiais adequados e mesmo assim se fechar para dentro, não condizendo com as necessidades do entorno, não se relacionando com o lugar na qual está inserida, abstrair as outras construções e pessoas que convivem próximo, não estará sendo sustentável.
Pode parecer complicado mas, não existe nenhuma obrigatoriedade de se cumprir todos os requisitos técnicos para uma construção ser sustentável. Caso contrário, as casas seriam todas iguais. Na verdade, as diretrizes são uma forma de orientar aqueles que pretendem construir de uma forma ambientalmente mais responsável.
Uma obra sustentável leva em conta o processo na qual o projeto é concebido, quem vai usar os ambientes, quanto tempo terá sua vida útil e se, depois desse tempo todo, ela poderá servir para outros propósitos ou não. Tudo o que diz respeito aos materiais empregados nela devem levar em conta a necessidade, o desperdício, a energia gasta no processo até ser implantado na construção e, depois, se esses materiais podem ser reaproveitados.
A auto-suficiência da edificação deve ser levada em consideração. Muitas vezes, alguma parcela da energia pode ser gerada no próprio lugar e a água pode ser reaproveitada, fazendo com que no longo prazo se obtenha uma economia considerável nas contas de luz e água. Geralmente a energia externa produz gases de efeito estufa em algum momento de sua produção. Em um contexto mais amplo, proporcionar a sua própria energia faz com que o edifício colabore com a redução destes gases.
Uma arquitetura sustentável deve, fundamentalmente, levar em conta o espaço na qual será implantada. Os aspectos naturais são de extrema importância para se projetar com estes fins. Se respeitadas, as condições geográficas, meteorológicas, topográficas, aliadas às questões sociais, econômicas e culturais do lugar é que definirão o quão sustentável a construção será.
Assim, algumas soluções aplicadas a uma construção no campo podem não ser sustentáveis em outra na cidade e vice versa. Por exemplo, na primeira hipótese pode se pensar em utilizar materiais do lugar (madeira, pedra, terra etc...), pois pode ficar muito caro optar por peças industrializadas, além dos impactos ambientais diretos e indiretos.
O Brasil com o tamanho continental engloba uma série de panoramas climáticos diferentes. Uma construção sustentável deve respeitar e aproveitar o clima na qual está inserida.
Abaixo algumas características que uma residência pode aproveitar de acordo com clima correspondente.
Obviamente como foi dito antes, os esquemas apresentados são somente algumas das inúmeras possibilidades de como uma casa pode ser. A forma, as técnicas e materiais podem e devem ser combinados da melhor maneira que convier; mais uma vez, uma construção sustentável não tem receita pronta, apenas diretrizes a serem levadas em consideração na hora de projetar.
A permeabilidade do solo deve ser um aspecto significante em um projeto sustentável. Proporcionar espaços livres, vegetados e permeáveis faz com que os ambientes que circundam o edifício sejam mais frescos, criando microclimas que aproximam a vida natural do edifício e dão vazão à água que se acumula no chão deixando os espaços mais salubres.
Pensando no transporte
O modelo de transporte na maioria das cidades está se tornando insustentável. Privilegiar o automóvel como forma prioritária desse sistema pode ter sido uma solução no passado, porém hoje, esta alternativa deve ser revista. As construções sustentáveis devem proporcionar uma integração com o sistema viário que auxilie cada vez, novas formas de chegar e sair dos edifícios. As construções sustentáveis devem ter em seu projeto uma integração que influencie cada vez mais as cidades, tomar como prioridade o uso adequado de transportes de massa e ou alternativos.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Ecobuild
Por Frank Siciliano e Marcelo Todescan, especial para a Envolverde
Fotos Ecobuild 2009.doc
A boa notícia no segundo dia da Ecobuild veio da explanação feita pela ministra do planejamento e habitação Margaret Beckett, que tratou do tema “ O futuro das construções verdes na Inglaterra” . Em breve, os ingleses terão uma lei obrigando o uso de acessórios ecológicos nas construções de casas e mesmo em escolas. Em um futuro próximo, as “ecohouses”, como são chamadas aqui, serão obrigatórias , mas já começam sair das pranchetas e virar realidade. Algumas empresas oferecem kits completos com soluções para o consumidor doméstico, que inclui a combinação de energias limpas, por exemplo, eólica e solar. São vendidos como produtos acabados, completos e funcionando. É uma nova perspectiva que já se abriu para o mercado imobiliário europeu, que já estão sendo exportadas para os países do Leste e para a Ásia.
No que se refere a escolas, um dos projetos que acreditamos mais interessantes, foi o do Studio E, que, de quebra, mostra que por aqui, é realidade a preocupação de reduzir o impacto ambiental na construção e na operação dos grandes edifícios públicos, com vários exemplos prontosem funcionamento. Muito interessante foi o processo de criação desses projetos com o envolvimento dos alunos, professores e da comunidade em todos os estágios, sendo um instrumento de educação e tomada de consciência dos jovens, seus pais e educadores, transformando-os em agentes multiplicadores
Quem quiser conhecer um pouco mais, pode acessar o site http://www.studioe.co.uk/allprojects.html .
Vale destacar também algumas soluções muito simples que estão presentes na feira, como um pequeno captador de de iluminação externa (foto) instalado na cobertura que, através de um tubo refletivo, manda luz à uma lente prismática Possuem aparência e acabamento de luminárias convencionais e iluminam os ambientes de forma muito eficiente.
Outros stands mostram a quantidade enorme de soluções e empresas para instalação de Telhados Verdes em prédios novos e já existentes, com tecnologias muito mais avançadas do que as que encontramos hoje no mercado brasileiro.
Temos também uma exposição de estudantes que mostra, além da qualidade dos trabalhos apresentados, que o caminho da sustentabilidade já permeia de forma definitiva o meio acadêmico daqui. Podemos ver pelas maquetes que estão expostas a qualidade estética dos trabalhos, mostrando que para ser sustentável a arquitetura não precisa ser feia. A indústria local parece que já compreendeu que o sucesso desta transformação trilha o caminho da boa estética e encontramos aqui uma variedade impressionante de materiais ecológicos para acabamento de interiores e fachadas feitos de forma a proporcionar ao arquiteto uma gama de opções que valorizam o desenho arquitetônico.
Os temas voltados às cidades serão tratados no último dia feira mas já foi possível conhecer projetos de casas e até mesmo condomínios , que propõe alternativas para alguns problemas urbanos , incluindo a agricultura urbana, ou a produção de alimentos para o consumo próprio. O link http://www.zedfactory.com/ ; pode dar uma idéia do que estamos falando.
Amanhã, deveremos ter mais informações a esse respeito. Por hoje, essas foram as novidades que nos chamaram mais a atenção.
* Marcelo Todescan é arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie com 20 anos de experiência profissional responsável por diversos projetos em diversas áreas, com cursos de extensão universitária em Direito Ambiental nas Faculdades Metropolitanas Unidas e treinamento em Ecovilas, Permacultura, Bio-Construção, Energia Renováveis, Saúde nas Ecovilas e Ecologia Profunda. Membro da Ecovillage Network of the Américas – Brasil.
* Frank Siciliano é arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie com 20 anos de experiência profissional responsável por diversos projetos na área da saúde, com cursos de extensão universitária em Planejamento de Campos Universitários e Instalações Esportivas na Republica Federal da Alemanha e treinamento em Ecovilas, Permacultura, Bio-Construção, Energia Renováveis, Saúde nas Ecovilas e Ecologia Profunda.
(Envolverde/O autor)
Fotos Ecobuild 2009.doc
A boa notícia no segundo dia da Ecobuild veio da explanação feita pela ministra do planejamento e habitação Margaret Beckett, que tratou do tema “ O futuro das construções verdes na Inglaterra” . Em breve, os ingleses terão uma lei obrigando o uso de acessórios ecológicos nas construções de casas e mesmo em escolas. Em um futuro próximo, as “ecohouses”, como são chamadas aqui, serão obrigatórias , mas já começam sair das pranchetas e virar realidade. Algumas empresas oferecem kits completos com soluções para o consumidor doméstico, que inclui a combinação de energias limpas, por exemplo, eólica e solar. São vendidos como produtos acabados, completos e funcionando. É uma nova perspectiva que já se abriu para o mercado imobiliário europeu, que já estão sendo exportadas para os países do Leste e para a Ásia.
No que se refere a escolas, um dos projetos que acreditamos mais interessantes, foi o do Studio E, que, de quebra, mostra que por aqui, é realidade a preocupação de reduzir o impacto ambiental na construção e na operação dos grandes edifícios públicos, com vários exemplos prontosem funcionamento. Muito interessante foi o processo de criação desses projetos com o envolvimento dos alunos, professores e da comunidade em todos os estágios, sendo um instrumento de educação e tomada de consciência dos jovens, seus pais e educadores, transformando-os em agentes multiplicadores
Quem quiser conhecer um pouco mais, pode acessar o site http://www.studioe.co.uk/allprojects.html .
Vale destacar também algumas soluções muito simples que estão presentes na feira, como um pequeno captador de de iluminação externa (foto) instalado na cobertura que, através de um tubo refletivo, manda luz à uma lente prismática Possuem aparência e acabamento de luminárias convencionais e iluminam os ambientes de forma muito eficiente.
Outros stands mostram a quantidade enorme de soluções e empresas para instalação de Telhados Verdes em prédios novos e já existentes, com tecnologias muito mais avançadas do que as que encontramos hoje no mercado brasileiro.
Temos também uma exposição de estudantes que mostra, além da qualidade dos trabalhos apresentados, que o caminho da sustentabilidade já permeia de forma definitiva o meio acadêmico daqui. Podemos ver pelas maquetes que estão expostas a qualidade estética dos trabalhos, mostrando que para ser sustentável a arquitetura não precisa ser feia. A indústria local parece que já compreendeu que o sucesso desta transformação trilha o caminho da boa estética e encontramos aqui uma variedade impressionante de materiais ecológicos para acabamento de interiores e fachadas feitos de forma a proporcionar ao arquiteto uma gama de opções que valorizam o desenho arquitetônico.
Os temas voltados às cidades serão tratados no último dia feira mas já foi possível conhecer projetos de casas e até mesmo condomínios , que propõe alternativas para alguns problemas urbanos , incluindo a agricultura urbana, ou a produção de alimentos para o consumo próprio. O link http://www.zedfactory.com/ ; pode dar uma idéia do que estamos falando.
Amanhã, deveremos ter mais informações a esse respeito. Por hoje, essas foram as novidades que nos chamaram mais a atenção.
* Marcelo Todescan é arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie com 20 anos de experiência profissional responsável por diversos projetos em diversas áreas, com cursos de extensão universitária em Direito Ambiental nas Faculdades Metropolitanas Unidas e treinamento em Ecovilas, Permacultura, Bio-Construção, Energia Renováveis, Saúde nas Ecovilas e Ecologia Profunda. Membro da Ecovillage Network of the Américas – Brasil.
* Frank Siciliano é arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie com 20 anos de experiência profissional responsável por diversos projetos na área da saúde, com cursos de extensão universitária em Planejamento de Campos Universitários e Instalações Esportivas na Republica Federal da Alemanha e treinamento em Ecovilas, Permacultura, Bio-Construção, Energia Renováveis, Saúde nas Ecovilas e Ecologia Profunda.
(Envolverde/O autor)
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